Você conhece o Disque 100?

Nos últimos sete anos, o serviço já atendeu 4,8 mil municípios.
Realizou cerca de 2,5 milhões de atendimentos, que vão de casos de
exploração e abuso sexual a denúncias de maus tratos e abandono


O Disque 100 é uma das principais armas para denunciar os casos de violência contra a criança e o adolescente. O serviço, que tem apoio do Ministério do Turismo (MTur), foi apresentado nesta terça-feira (30), em Madri (Espanha), durante o 2º dia do Seminário Brasil/Espanha – Estratégias de Luta Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH), o serviço já recebeu mais de 100 mil denúncias de casos de violação de direitos da infância e da juventude, entre os anos de 2003 e 2010. Segundo a diretora de programas da SDH, Márcia Ustra, o Disque 100 ouve, orienta e dá encaminhamento aos órgãos responsáveis, como conselhos tutelares, justiça, entre outros. Segundo ela, nos últimos sete anos, o serviço já atendeu 4,8 mil municípios. Além disso, realizou cerca de 2,5 milhões de atendimentos, que vão desde casos de exploração e abuso sexual a denúncias de maus tratos e abandono. “Estamos sensibilizando a sociedade brasileira a dizer não à violência contra aqueles que não podem se defender”, disse.

De janeiro a outubro de 2010, por grupo de 100 mil habitantes, o estado líder em denúncias foi o Rio Grande do Norte, com 31% registros. Em segundo lugar vem DF, com 26% registros. A diretora da SDH ressalta que o número de denúncias revela o nível de sensibilização de uma região sobre a problemática. “Ter um alto índice de denúncias alto não significa dizer que um lugar tem mais casos que o outro”, explica.
A exploração e o turismo
Elisabeth Bahia, coordenadora-geral do programa Turismo Sustentável e Infância (TSI) – área do MTur responsável pela prevenção dos casos de exploração sexual dentro da cadeia do turismo – diz que os empresários e profissionais do setor também podem ajudar: ”Donos e funcionários de bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, entre outros não devem permitir essa prática em seus estabelecimentos, até porque quem facilita também comete crime. O correto é não aceitar e ajudar a combater, denunciando caso ocorra em outro lugar”.

E acrescenta: “Muitas vezes, o setor é visado para a exploração. Mas é preciso sempre ressaltar que o chamado ‘Turismo Sexual’ não existe. Trata-se de um crime, que não pode ser tratado como segmento da atividade turística”.

Para denunciar casos de violência infanto-juvenil, disque 100. A ligação é gratuita em todos os municípios brasileiros. O serviço funciona todos os dias, inclusiva fins de semana e feriados.